Era uma noite de sexta-feira quando a aposentada Maria Antônia de Mello, 72 anos, começou a sentir fortes náuseas e uma dor abdominal persistente. Sem saber ao certo o que fazer, sua filha a levou ao Plantão 24h da Secretaria Municipal da Saúde de Montenegro. Em poucos minutos, ela passou pela triagem, recebeu atendimento médico, medicação intravenosa e foi estabilizada. “Fui muito bem atendida. Tudo rápido, os profissionais muito atentos”, recorda.
Casos como o de dona Maria se repetem diariamente, revelando a importância do serviço que, desde março de 2019, funciona como um braço essencial da saúde pública montenegrina. Especialmente para situações clínicas que exigem atenção imediata, mas que não demandam internação hospitalar.
Desde a sua implantação, o Plantão 24h tem registrado uma crescente demanda. Em 2024, foram cerca de 57 mil pacientes atendidos, uma média mensal de 4.700 mil pessoas. E apenas até julho de 2025, já são mais de 35 mil atendimentos realizados.
“A população reconhece o Plantão como um espaço resolutivo, acessível e ágil”, avalia a secretária municipal da Saúde, Andreia Coitinho da Costa. Segundo ela, a eficiência no atendimento tem ampliado a confiança dos usuários. “Temos um serviço humanizado, que acolhe e resolve muitos casos no próprio local, sem necessidade de hospitalização.”
Muitas vezes, o Plantão viveu momentos críticos, que exigiram agilidade e preparo da equipe. “Já revertemos várias paradas cardíacas aqui. Também recebemos gestantes em trabalho de parto e situações de urgência que precisaram de encaminhamento rápido ao hospital”, lembra a enfermeira Luzia Juliana Almeida, coordenadora do serviço.
Principais motivos de procura
Entre as situações mais frequentes, estão síndromes gripais, sintomas gastrointestinais, transtornos depressivos e de ansiedade, além de traumas leves. A equipe do Plantão é treinada para realizar atendimentos clínicos com foco em urgência, respeitando os protocolos da Classificação de Risco.
A coordenadora do Plantão, Luzia Almeida, explica: “O paciente passa por triagem com uma enfermeira, que verifica os sinais vitais, escuta a queixa e classifica a prioridade. Isso garante que casos mais graves tenham atendimento mais rápido.”
A equipe é composta por três médicos clínicos, duas enfermeiras e dois técnicos de enfermagem, com reforço nos fins de semana. Há ainda sala de observação com sete poltronas e um leito. “Apesar das limitações físicas do espaço, conseguimos oferecer um serviço de qualidade, graças ao empenho da equipe”, reforça Luzia.
A estrutura do serviço
O Plantão 24h conta com uma estrutura robusta para atendimentos clínicos a adultos, idosos e crianças:
- Sala de medicação
- Curativos
- Eletrocardiograma
- Sala de emergência
- Ambulância para remoções
- Exames de Raio-X de tórax e exames laboratoriais de urgência para pacientes com síndrome respiratória (em parceria com o Hospital Montenegro)
Quando procurar (ou não) o Plantão 24h?
Apesar da eficiência do serviço, ainda há certa confusão por parte da população sobre o que deve — ou não — ser atendido no local. A secretária Andreia destaca que o Plantão não substitui os hospitais e não é indicado para casos graves ou crônicos. “Temos observado pacientes vindo com situações que exigem atendimento hospitalar, o que pode sobrecarregar a equipe e atrasar o atendimento a quem realmente precisa do plantão.”
Em situações mais graves, a recomendação é ir diretamente ao hospital. Alguns exemplos:
- Traumas graves (fraturas, quedas com suspeita de lesão óssea...);
- acidentes de trânsito com ferimentos graves;
- dor torácica intensa e repentina (possível infarto);
- perda de força nos membros (possível AVC);
- gestantes com sangramento ativo ou em trabalho de parto;
- crises convulsivas em andamento
*Nesses casos, o local adequado é o Hospital Montenegro ou um pronto-socorro hospitalar.
COMO FUNCIONA O PLANTÃO
Chegada ao local: o paciente deve dirigir-se diretamente ao Plantão 24h da SMS.
Triagem de risco: a enfermeira realiza a verificação dos sinais vitais e escuta a queixa principal.
Classificação de prioridade: com base nos protocolos, o paciente recebe uma cor de prioridade (ex: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul).
Atendimento médico: conforme a gravidade, o paciente é atendido por um dos médicos clínicos.
Encaminhamentos e medicação: caso necessário, o paciente recebe medicação, fica em observação, realiza curativo conforme necessidade ou é encaminhado ao hospital.
Alta ou transferência: após a avaliação, o paciente pode ser liberado ou transferido com ambulância.